A ESCOLHA DO LOCAL E DAS ESPÉCIES, O PREPARO DO SOLO, A DRENAGEM DA TERRA E O CUIDADO COM AS PRAGAS SÃO TAREFAS PRIMORDIAIS PARA QUEM TEM A IDEIA DE CULTIVAR HORTALIÇAS E TEMPEROS EM CASA
Para programar uma horta, nem é preciso dispor de espaço. Você pode, por exemplo, usar o parapeito da janela para enfileirar as pás para cereal com ervas e temperos: capuchinha, sálvia, manjericão, cebolinha, bálsamo, sálvia e alecrim. Isso é simples. Bastam quatro horas diárias de sol e regar todos os dias para que se desenvolvam. A dica antes de plantá-las em qualquer recipiente é fazer um furo no fundo, para drenar a água e não encharcar demais as espécies.
Jardineiras são ótimas para driblar a falta de espaço em apartamentos ou áreas pequenas, porque podem conter mudas de diferentes tipos. Cuidado apenas ao escolher as espécies que dividirão a mesma caixa. A hortelã tem raízes invasoras, que destroem as de outras espécies e deve ser plantada sozinha, assim como a salsinha. O que se usa mais é melhor ter em vaso separado. Algumas misturas que dão certo: alecrim, tomilho e sálvia; manjericão, anis, carqueja e sálvia; e manjericão, manjerona e cebolinha.
Uma horta caseira pode ter o luxo de ser orgânica. Além da torta de nim, que aduba e afasta pragas e doenças, pode-se usar húmus de minhoca ou torta de mamona, que é rica em nitrogênio e faz com que as folhas fiquem grandes e robustas. Mas cuidado: a torta de mamona é tóxica para bichos e crianças. Evite misturá-la à farinha de osso, porque os cachorros são atraídos pelo cheiro. Pode-se substituir a torta de mamona pela torta de algodão.
Nem pense em manter vivas as flores do manjericão, isso se quiser consumir folhas cheirosas. As inflorescências roubam todo o aroma das folhas. Pode-as com frequência. Quando eleger as ervas e os temperos para a sua horta, aposte em algumas espécies diferentes. Além do sabor novo, seus pratos ganharão no visual. Uma salada com hortelã, cujas folhas mesclam mais de uma cor, vai dar o que falar.
Um local adequado para se ter uma horta proporciona, no mínimo, quatro horas de sol por dia às verduras e aos temperos. Embora a lavanda, o tomilho, o tomilho limão, o alecrim, o capim-limão e a citronela sejam mais resistentes ao vento, procure um lugar um tanto protegido para não comprometer o desenvolvimento de outras espécies. Um vaso com boa drenagem exclui um dos problemas fatais para as ervas e os temperos: o apodrecimento da raiz.
Na hora de plantar a espécie eleita, a sugestão é valer-se de um vaso impermeabilizado e com furo no fundo, terra adubada, argila expandida e areia. A argila deve ser colocada no fundo do vaso para conter a terra e evitar o entupimento do furo. A areia é posta sobre a argila expandida. O material filtra a água, como a manta de poliéster, mas sai mais em conta. Por fim, tire a espécie da embalagem plástica, centralize-a no vaso e complete com terra. Regue-a para assentá-la e, se preciso, acrescente mais terra.
A regra para ter ervas verdejantes é simples e boa de aplicar: quanto mais são consumidas, maior é o estímulo à produção de novas folhas. Se faltar fôlego para usá-las, vão murchar e secar. Nesse caso, opte por uma poda vigorosa, como a feita com hortelã. Corte as folhas e aguarde. Logo despontarão novamente.
Desistiu de plantar couve, por que as lagartas sempre chegam antes? Seduza-as com outro aperitivo. A capuchinha, planta encontrada nas encostas das montanhas e que produz flores comestíveis, costuma ser mais apreciada por larvas do que as hortaliças. A sugestão é alterná-las às verduras no canteiro. E acredite: grande parte do sucesso da horta deve-se ao preparo do solo. Em canteiros, caixas ou vasos, a terra precisa ter uma adubação equilibrada. Misture duas partes de terra comum, uma parte de composto orgânico (ou húmus de minhoca) e uma parte de areia. O canteiro não pode ter pedras e o solo deve estar bem fofo para que as pequenas raízes encontrem caminho livre para crescer.
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